Um mundo onde para todos é claro como água que os animais não são meras "coisas", mas sim seres vivos que têm as mais variadas emoções e sentimentos. Pelo caminho, o cão Pinóquio vai com alegria e paciência esclarecendo mentes mais cépticas.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Zoobiquidade, o que é?
Zoobiquidade
origina-se num simples mas revelador facto: animais e humanos têm as mesmas
doenças, no entanto, médicos e veterinários raramente se reúnem para trocar
ideias, experiências e conhecimento.
O
termo resulta da combinação da palavra grega para “animal” – zo – com a palavra
latina para “em toda a parte” – ubiquidade.
A
Zoobiquidade aborda aspetos comuns entre animais e humanos que podem ser usados
para diagnosticar, tratar e curar pacientes de todas as espécies. Baseia-se nos
últimos desenvolvimentos da ciência médica e veterinária, bem como na biologia
molecular e evolutiva.
A
Zoobiquidade propõe uma abordagem integrada e interdisciplinar a nível de saúde
física e comportamental, incluindo cardiologia, gastroenterologia, pediatria, oncologia,
psiquiatria e muitas outras subespecialidades médicas. Procura detetar
interligações entre medicina humana e veterinária com implicações clínicas para
pacientes animais e humanos.
Existem
muitas semelhanças nas doenças mais comuns que afligem tanto os seres humanos
como os animais. Desde obesidade a gripe, acidente vascular cerebral a doenças
sexualmente transmissíveis, disfunção sexual e automutilação, é possível descobrir
correlações animais para praticamente todos problemas de saúde humanos:
- Golden Retrievers, jaguares, cangurus e baleias Beluga têm cancro de mama.
- Gatos siameses e Dobermans têm distúrbio obsessivo-compulsivo; muitos tomam Prozac.
- Canários, peixes e alguns cães desmaiam quando estão sujeitos a demasiado stress.
- Éguas podem tornar-se ninfomaníacas.
- Dinossauros sofreram de cancro do cérebro, gota e artrite.
- Coalas podem ter clamídia; coelhos podem ter sífilis.
- Renas ingerem cogumelos alucinogénios como forma de escape.
- Gorilas experienciam depressão clínica e distúrbios alimentares.
Os
veterinários tratam uma enorme diversidade de espécies (gatos, cães, aves,
peixes, cobras e animais selvagens), recorrendo a formas de abordagem clínica e
tratamentos que os médicos humanos desconhecem.
A
Zoobiquidade incentiva pacientes, médicos, dentistas e psicólogos a aceder à vasta
e inexplorada informação e experiência dos veterinários e biólogos de vida
selvagem, bem como dos animais que vivem, brincam, acasalam e que se curam nos
seus ambientes naturais.
A
Zoobiquidade permite mostrar como a medicina comparativa (interligação entre
medicina humana e medicina veterinária) pode melhorar a saúde humana,
transformar o nosso entendimento da natureza das doenças, bem como testar novas
hipóteses e abordagens clínicas.
Barbara
Natterson-Horowitz e Kathryn Bowers escreveram o livro Zoobiquidade e cunharam
o termo.
Barbara
Natterson-Horowitz é uma médica cardiologista (de humanos). Quando o Zoológico
de Los Angeles a convidou para colaborar em alguns dos casos mais complicados de
seus pacientes animais, ela descobriu que se encontrava num mundo paralelo. Os médicos
veterinários providenciavam aos animais tratamentos de excelente qualidade, com
a colaboração de vários especialistas, tal como acontecia com os médicos de
pacientes humanos. Barbara apercebeu-se que os diagnósticos dos médicos
veterinários correspondiam às mesmas enfermidades que ela encontrava nos
pacientes humanos, e.g. uma piton com insuficiência cardíaca, uma cabra com
asma, um rinoceronte com leucemia...
Kathryn
Bowers é uma escritora e jornalista que ficou entusiasmada com o que esta
abordagem inter-espécies poderia implicar para os médicos, os veterinários e os
seus pacientes (animais e humanos).
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