Philip Low é investigador na
Universidade Stanford e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), ele e
mais 25 investigadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a
consciência nos seres humanos também existem nos animais: “As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as
que produzem a consciência”.
De seguida apresentam-se excertos de uma entrevista dada por Philip Low.
De seguida apresentam-se excertos de uma entrevista dada por Philip Low.
Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais
possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito?
Philip Low: Descobrimos que as
estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não
são responsáveis pela manifestação da consciência. Se o restante do cérebro é
responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres
humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses
animais também possuem consciência.
Quais animais têm consciência?
Philip Low: Sabemos que todos os
mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem
as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses
animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que
animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas
respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais,
a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer
que não sabíamos.
Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm
consciência?
Philip Low: Quando um cão está
com medo, com dor, ou feliz são ativadas no seu cérebro estruturas semelhantes
às que são ativadas nos humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um
comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. De entre os
animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos,
chimpanzés, bonobos, cães e um pássaro chamado pica-pica.
O que pode mudar com o impacto dessa descoberta?
Philip Low: Os dados são
perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade
dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. A
probabilidade de um remédio proveniente de testes efetuados em animais ser testado em humanos
(apenas testado, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima probabilidade.
Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser
necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para
nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a
vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia numa posição em que serve os
nossos ideais, em vez de competir com eles.
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