Um mundo onde para todos é claro como água que os animais não são meras "coisas", mas sim seres vivos que têm as mais variadas emoções e sentimentos. Pelo caminho, o cão Pinóquio vai com alegria e paciência esclarecendo mentes mais cépticas.
domingo, 27 de julho de 2014
Medicina Veterinária Forense: Revisitando o tema da Criminalização (Parte 1)
Medicina Veterinária Forense: Revisitando o tema da Criminalização (Parte 1): (Artigo de Opinião) No dia 25 de Julho de 2014 pelas 14 horas a Assembleia da República aprovou, por maioria, o texto que, após pro...
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Caixa de primeiros socorros para patudos
Os patudos devem ter uma caixa de
primeiros socorros específica para eles.
A caixa em si deve ser rígida, de forma a proteger o conteúdo de impactos.
No seu interior deverá estar:
- Boletim de vacinas do patudo
- Toalhitas com álcool ou frasco de álcool (para desinfetar as mãos e o material)
- Água oxigenada
- Frasco com soro fisiológico (para limpar as feridas, os olhos, etc)
- Tesoura de pontas rombas (para evitar acidentes aquando da sua utilização)
- Rolo de adesivo
- Ligadura elástica
- Pinça (para remover parasitas)
- Luvas de borracha
- Compressas esterilizadas (para limpar feridas, realizar compressão)
- Termómetro
- Manta isotérmica (face dourada para cima protege do frio; face prateada para cima protege do calor)
- Caneta/lápis de nitrato de prata (para estancar pequenas hemorragias)
Caixa de primeiros socorros do Pinóquio
sábado, 12 de julho de 2014
Pelo meu mundo... Como tudo começou!
Eu sou o cão Pinóquio e nasci há cerca de 5 anos, algures pelos arredores da Lourinhã.
Não me lembro lá muito bem dos tempos anteriores à minha entrada no canil da Associação...
Tenho vagas recordações dos meus pais caninos, Border Collies de raça, e dos meus irmãos que, não sei bem porquê, eram muito maiores que eu.
Viviamos numa quinta com muita relva verde, muito sol e outros animais, incluindo os humanos que tomavam conta de nós.
Quando eu tinha cerca de 4 meses, lembro-me de ouvir os humanos dizerem que como eu era "anecas" não podia continuar ali. *Será que me chamaram Anecas por eu ser assim pequenino?* No dia seguinte, levaram-me a dar uma volta numa coisa de metal com rodas e eu fiquei todo contente por ir passear fora da quinta onde vivia... mas pouco tempo depois chegamos... ao canil. Deixaram-me lá e nunca mais os vi.
No canil a vida era bem diferente, não havia relva verde, nem muito sol, mas na minha box estavam mais 3 patudos muito simpáticos: uma galgo whippet, chamada Velocity, já reformada das corridas de galgos; um pitbull, chamado Brutus, cheio de cicatrizes no focinho e muito bonacheirão; e o Lucky que só tinha 3 patas, mas pulava e corria como qualquer um de nós.
Quando havia visitas humanas no canil ficavamos todos muito contentes, pois já me tinham explicado que esses dias significavam a possibilidade de voltar a ter uma família humana com quem brincar e passear, e uma casa nova, quentinha, cheia de biscoitos e brinquedos.
Num desses dias, apareceu um humano com ar sorridente e sereno que, depois de passar por várias box, ficou um bom tempo a olhar para mim. Eu recuei assustado.
*Pessoas desconhecidas metem-me medo, não sei bem porquê, não me consigo lembrar. Também me assusto com sombras que aparecem de repente e tenho pânico de bolas de futebol*
Apesar do susto, tentei aproximar-me de novo, pois algo me dizia que aquele humano - o John - não me ia fazer mal. Ele pegou em mim ao colo, disse que queria ficar comigo e que a filha dele, com 4 aninhos, ia ficar muito contente de me ver. O John perguntou como eu me chamava, mas eu não tinha a certeza de o meu nome ser Anecas e então não disse nada.
Despedi-me dos meus melhores amigos Velocity, Brutus e Lucky, com pena de não poderem vir também comigo, e lá fui eu para a minha nova casa, ansioso por conhecer a minha nova família. Como será tudo?
(Continua...)
Pinóquio.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
Eu sou o cão Pinóquio
Olá,
eu sou o Pinóquio e esta é a minha breve apresentação.
Depois conto mais da minha história...
Vivia numa Associação e, há cerca de 4 anos, fui adotado por pessoas que me dão muitos miminhos, me levam a passear e brincam muito comigo.
Vivia numa Associação e, há cerca de 4 anos, fui adotado por pessoas que me dão muitos miminhos, me levam a passear e brincam muito comigo.
Ainda estão muitos amigos patudos em associações, canis, famílias de acolhimento temporário (FAT), etc, que também precisam de uma casa nova onde possam viver para sempre.
Por isso... ADOTEM, NÃO COMPREM!!!
Cães, emoção e ressonância magnética?
Recentemente, começou a ser utilizada no estudo do comportamento e emoções dos cães uma técnica não invasiva denominada ressonância magnética funcional (“functional MRI”) que se baseia no facto de os neurónios necessitarem de maior fluxo sanguíneo e de oxigénio quando se encontram ativos, o que é detetado na ressonância magnética.
Esta técnica utiliza fortes campos magnéticos (60.000 vezes o campo magnético da Terra) capazes de atrair objetos metálicos, transformando-os em projéteis. Assim como no caso de pacientes humanos, é necessário um especial cuidado para assegurar que não há qualquer tipo de metal nos cães ou humanos presentes na sala. Ademais, como estes aparelhos fazem muito barulho, os cães são treinados a usar proteções nas orelhas, de forma a proteger a sua audição.
Chegou-se assim à conclusão que o cérebro dos cães funciona como o cérebro humano, partilhando as mesmas estruturas básicas e incluindo uma região cerebral associada com as emoções positivas.
Os dados obtidos permitem repensar a aplicação de teorias redutoras e simplistas sobre o comportamento animal e as emoções dos animais, bem como proteger cães e outros animais de abusos.
Citando o Professor Berns:
"But now, by using the MRI to push away the limitations of behaviorism, we can no longer hide from the evidence. Dogs, and probably many other animals (especially our closest primate relatives), seem to have emotions just like us. And this means we must reconsider their treatment as property."
Fonte: Marc Bekoff, Ph.D. in Animal Emotions
Enriquecimento Ambiental
O Enriquecimento Ambiental é um processo dinâmico que tem como objetivo estimular os comportamentos naturais de cada espécie, melhorar o bem-estar animal, evitar comportamentos estereotipados, permitindo também a reintrodução na Natureza.
Esta atividade pode ser feita a vários níveis: enriquecimento social, alimentar, físico, sensorial e ocupacional.
O enriquecimento social diz respeito aos hábitos sociais da espécie, assim, um animal gregário como a Zebra ou a Suricata estará com outros animais da sua espécie na mesma instalação.
O enriquecimento alimentar promove a procura de alimento e a caça, através da introdução de itens alimentares diversos com maior ou menor grau de dificuldade de alcance, tal como aconteceria em habitat natural.
O enriquecimento físico é o que tem em conta as estruturas da instalação e a locomoção dos animais (cordas, lagos, redes, plataformas de madeira), tudo para tornar a instalação mais naturalista, de acordo com o habitat.
No caso do enriquecimento sensorial, pretende-se estimular os sentidos dos animais, oferecendo-lhes cheiros e texturas diferentes (nos felinos, este enriquecimento estimula a marcação de território, um comportamento natural que se pretende que os animais continuem a demonstrar).
O enriquecimento ocupacional é de mais difícil implementação, tendo como objetivo estimular a atividade dos animais e proporcionar-lhes ocupação para que se mantenham ativos. Pode ser feito através da introdução de objetos ou até alterações na instalação.
Emoções e Sentimento – Parte I
À primeira vista não existe nada de caracteristicamente humano nas emoções, uma vez que é bem claro que os animais também têm emoções. No entanto, há qualquer coisa de muito característico no modo como as emoções estão ligadas às ideias, aos valores, aos princípios e aos juízos complexos que só os seres humanos podem ter.
O que são as emoções?
As emoções são conjuntos complicados de respostas químicas e neurais que formam um padrão. Todas as emoções desempenham um papel regulador que conduz à criação de circunstâncias vantajosas para o organismo, sendo a finalidade das emoções ajudar o organismo a manter a vida.
A palavra emoção abrange uma das 6 emoções primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão. Existem outros comportamentos aos quais tem sido atribuído o rótulo emoção, onde se incluem as emoções secundárias ou sociais(vergonha, ciúme, culpa ou orgulho) e as emoções de fundo (bem-estar ou mal-estar, calma ou tensão).
Função biológica das emoções
A função biológica das emoções é dupla. A primeira função consiste na produção de uma reação específica para a situação indutora. Por exemplo, num animal a reação pode consistir na fuga (flight), na imobilização (freezing), no ataque de um inimigo (fight) ou no adotar de um comportamento agradável. Nos seres humanos, as reações são essencialmente as mesmas mas temperadas, espera-se pela razão e pela sabedoria.
A segunda função biológica da emoção é a regulação do estado interno do organismo de forma que possa estar preparado para essa reação específica. Por exemplo, um aumento da circulação de sangue nas artérias das pernas para que os músculos recebam mais oxigénio e glucose, no caso de uma reação de fuga, ou uma mudança dos ritmos cardíacos e respiratório, no caso de uma reação de imobilização.
O objetivo biológico das emoções é evidente e as emoções não constituem um luxo supérfluo. As emoções são curiosas adaptações que fazem parte integrante do mecanismo através do qual os organismos regulam a sua sobrevivência. As emoções são inseparáveis da ideia de recompensa ou de castigo, de prazer ou de dor, de aproximação ou afastamento, de vantagem ou desvantagem pessoal.
Para espécies menos complicadas que os seres humanos, assim como para os seres humanos distraídos, as emoções produzem comportamentos bastante razoáveis sob o ponto de vista da sobrevivência.
Bibliografia: Damásio, António (2000), O Sentimento de Si - O Corpo, a Emoção e a Neurobiologia da Consciência, Publicações Europa-América.
Etiquetas:
emoção,
sentimento
Local:
Lisboa, Portugal
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