segunda-feira, 8 de setembro de 2014

The Cambridge Declaration on Consciousness

On this day of July 7, 2012, a prominent international group of cognitive neuroscientists, neuropharmacologists, neurophysiologists, neuroanatomists and computational neuroscientists gathered at The University of Cambridge to reassess the neurobiological substrates of conscious experience and related behaviors in human and non-human animals. While comparative research on this topic is naturally hampered by the inability of non-human animals, and often humans, to clearly and readily communicate about their internal states, the following observations can be stated unequivocally:

The field of Consciousness research is rapidly evolving. Abundant new techniques and strategies for human and non-human animal research have been developed. Consequently, more data is becoming readily available, and this calls for a periodic reevaluation of previously held preconceptions in this field. Studies of non-human animals have shown that homologous brain circuits correlated with conscious experience and perception can be selectively facilitated and disrupted to assess whether they are in fact necessary for those experiences. Moreover, in humans, new non-invasive techniques are readily available to survey the correlates of consciousness.

The neural substrates of emotions do not appear to be confined to cortical structures. In fact, subcortical neural networks aroused during affective states in humans are also critically important for generating emotional behaviors in animals. Artificial arousal of the same brain regions generates corresponding behavior and feeling states in both humans and non-human animals. Wherever in the brain one evokes instinctual emotional behaviors in non-human animals, many of the ensuing behaviors are consistent with experienced feeling states, including those internal states that are rewarding and punishing. Deep brain stimulation of these systems in humans can also generate similar affective states. Systems associated with affect are concentrated in subcortical regions where neural homologies abound. Young human and nonhuman animals without neocortices retain these brain-mind functions. Furthermore, neural circuits supporting behavioral/electrophysiological states of attentiveness, sleep and decision making appear to have arisen in evolution as early as the invertebrate radiation, being evident in insects and cephalopod mollusks (e.g., octopus).

Birds appear to offer, in their behavior, neurophysiology, and neuroanatomy a striking case of parallel evolution of consciousness. Evidence of near human-like levels of consciousness has been most dramatically observed in African grey parrots. Mammalian and avian emotional networks and cognitive microcircuitries appear to be far more homologous than previously thought. Moreover, certain species of birds have been found to exhibit neural sleep patterns similar to those of mammals, including REM sleep and, as was demonstrated in zebra finches, neurophysiological patterns, previously thought to require a mammalian neocortex. Magpies in particular have been shown to exhibit striking similarities to humans, great apes, dolphins, and elephants in studies of mirror self-recognition.

In humans, the effect of certain hallucinogens appears to be associated with a disruption in cortical feedforward and feedback processing. Pharmacological interventions in non-human animals with compounds known to affect conscious behavior in humans can lead to similar perturbations in behavior in non-human animals. In humans, there is evidence to suggest that awareness is correlated with cortical activity, which does not exclude possible contributions by subcortical or early cortical processing, as in visual awareness. Evidence that human and nonhuman animal emotional feelings arise from homologous subcortical brain networks provide compelling evidence for evolutionarily shared primal affective qualia.

We declare the following: “The absence of a neocortex does not appear to preclude an organism from experiencing affective states. Convergent evidence indicates that non-human animals have the neuroanatomical, neurochemical, and neurophysiological substrates of conscious states along with the capacity to exhibit intentional behaviors. Consequently, the weight of evidence indicates that humans are not unique in possessing the neurological substrates that generate consciousness. Nonhuman animals, including all mammals and birds, and many other creatures, including octopuses, also possess these neurological substrates.”

* The Cambridge Declaration on Consciousness was written by Philip Low and edited by Jaak Panksepp, Diana Reiss, David Edelman, Bruno Van Swinderen, Philip Low and Christof Koch. The Declaration was publicly proclaimed in Cambridge, UK, on July 7, 2012, at the Francis Crick Memorial Conference on Consciousness in Human and non-Human Animals, at Churchill College, University of Cambridge, by Low, Edelman and Koch. The Declaration was signed by the conference participants that very evening, in the presence of Stephen Hawking, in the Balfour Room at the Hotel du Vin in Cambridge, UK. The signing ceremony was memorialized by CBS 60 Minutes.

domingo, 7 de setembro de 2014

Golpe de Calor - Sinais e Prevenção

Os cães dissipam calor através da pele, mas não arrefecem por transpiração como os humanos. Eles não transpiram através da pele, sendo o mecanismo mais eficaz de perda de calor a evaporação através da respiração. Também conseguem perder algum calor  por transpiração através das almofadas plantares e em pequena percentagem através da pele exposta nas orelhas.

Se a temperatura ambiental subir muito e se houver muita humidade no ar, dificilmente conseguem dissipar o calor corporal pela respiração e a sua temperatura interna pode subir acima do máximo normal (39,5 ºC).

Cães com dificuldades respiratórias apresentam risco mais elevado de sofrer um golpe de calor, e.g. cães obesos, cães braquicéfalos (Boxer, Bulldog, Pug, Boston Terrier, Epagneul Pequinês), cães com insuficiência cardíaca, cachorros com menos de 6 meses, cães idosos.

Sinais
Os primeiros sintomas de hipertermia incluem respiração ofegante, demasiado ruidosa e difícil, ritmo cardíaco acelerado, temperatura corporal alta, boca e focinhos secos, fraqueza, prostração. 

A primeira coisa a fazer é retirar o animal da área onde está confinado (90% das vezes, os golpes de calor ocorrem quando o animal está preso numa área relativamente pequena como carro, transportadora, canil ou sala). Se o cão estiver ao Sol, deve ser colocado imediatamente à sombra.

Em poucos minutos podem seguir-se sinais mais graves, como convulsões, coma e morte. A rapidez com que surgem depende da temperatura exterior, mas independentemente da rapidez com que surjam qualquer sinal de golpe de calor deve ser tratado como uma emergência médica.

O que fazer?
Pulverizar o animal com água e levá-lo logo ao médico veterinário - não utilizar água fria, nem gelo, nem mergulhar o animal na água, pois um arrefecimento demasiado rápido do corpo pode aumentar a incidência de complicações (coagulação disseminada do sangue nos vasos sanguíneos, o que pode ser fatal, e constrição dos vasos sanguíneos superficiais, dificultando a dissipação do calor interno).

A caminho do médico veterinário não levar o cão coberto, mesmo que seja com uma toalha molhada e fria, porque não permite a dissipação do calor em excesso. Não colocar o animal numa transportadora, nem confiná-lo. Ligar o ar condicionado ou abrir as janelas todas.
Existem complicações que podem colocar a vida do animal em perigo, como insuficiência renal, edema cerebral e arritmias cardíacas.

Se o animal estiver consciente pode dar-se alguma água para beber e molhar-lhe a boca, mas não se deve permitir que beba quantidades copiosas.

Se estiver com convulsões ou a salivar e inconsciente, proteger o animal de autotraumatismos, não mexer na boca, nem puxar a língua para fora. Cobri-lo com uma toalha molhada e fresca, não gritar, nem falar, escurecer o ambiente e não entrar em pânico. Esperar 5 minutos no máximo, se as convulsões não pararem dirigir-se ao médico veterinário imediatamente, mesmo com o animal em estado convulsivo. Se as convulsões pararem, dirigir-se só nessa altura ao médico veterinário, tomando as medidas citadas.

Prevenção
Ter em casa uma temperatura agradável ou, pelo menos, uma zona bem ventilada e à sombra para o animal. 
Ter água limpa e fresca sempre à disposição, em vários locais da casa.
Tal como as crianças, os cães não sabem quando parar na hora da brincadeira. Se notar alguns dos sinais atrás indicados, parar imediatamente a atividade e acalmar o animal.
Nunca confinar o animal num local com pouco espaço, sem acesso a água e mal ventilado.
Não fazer passeios nas horas de maior calor. Não levar o cão para a praia.

Fonte: Baptista, Ana Rita (2011), Cães & Companhia, n.º 171, agosto.

Como se renova a pelagem do cão?

A pelagem do cão desempenha múltiplas funções, como isolamento térmico, proteção contra choques e raios UV, papel social (cão eriça o pelo em caso de conflito com outros cães).

As alterações da pelagem são sinais de alerta, sendo a pelagem o "espelho" da saúde do animal. Uma pelagem baça ou que cai muito pode refletir um desequilíbrio nutricional, mas também pode indicar problemas digestivos, hepáticos, renais, da tiróide, imunológicos ou parasitários. 
As alterações surgem tardiamente devido às características do ciclo de vida do pelo. Desta forma, também os suplementos alimentares que visam melhorar a qualidade da pelagem necessitam de, pelo menos, 4 semanas para fazerem efeito.

Estrutura de um folículo piloso
O pelo tem a sua raiz na pele, numa estrutura denominada folículo piloso. No cão, os folículos pilosos estão agrupados em conjuntos de 3: um folículo central que origina o pelo primário, responsável pela cor, e 2 folículos laterais, cada um acompanhado por 5 a 25 pelos secundários, que origina o subpelo.

Atividade cíclica do folículo piloso
A renovação celular tem início no bulbo piloso. As células primárias multiplicam-se no folículo e diferenciam-se progressivamente no sentido vertical. As células corticais contem pigmentos responsáveis pela pigmentação do pelo. Devido às elevadas necessidades deste ciclo, 30% das necessidades proteicas diárias de um cão adulto serão utilizadas para a renovação da pele e do pelo.

O ciclo de vida do pelo pode dividir-se em 3 fases: de crescimento, intermédia e de repouso.
A duração da fase de crescimento é uma característica genética, variável de acordo com o comprimento do pelo, a raça e o indivíduo. Quanto mais longo for o pelo, mais lenta a renovação.
Durante a fase intermédia, as células matriciais interrompem a sua multiplicação, cessando também a síntese de pigmento e a parte terminal do pelo torna-se mais clara.
Na fase de repouso, o pelo já não está fixo pela queratina no folículo piloso. A queda deste pelo produz-se logo que o folículo entre na fase de crescimento e o novo pelo fizer cair o antigo.

A atividade do folículo é independente dos outros folículos pelo que a renovação da pelagem se faz de forma não organizada. A proporção de pelos em cada uma das fases varia muito de acordo com a estação do ano. Na Primavera (maio a junho) e no Outono (novembro a dezembro), 90% dos pelos estão na fase de crescimento pelo que os novos pelos fazem cair os antigos. Trata-se da época de muda. A muda de Outono dá origem a pelo mais longo e denso, enquanto na Primavera um dado número de folículos atrofia-se após a queda do pelo antigo.

Fatores que podem influenciar o ciclo folicular

Alimentação
Para além da importância de um nível adequado de proteína, existem alguns suplementos específicos quando se pretende excelentes pelagens: óleo de borragem, óleo de peixe, vitamina A, vitamina H, zinco e magnésio.

Fatores ambientais
As variações de temperatura e o fotoperíodo (período de luz solar nas 24 horas) intervêm de forma preponderante através da secreção de melatonina pelo hipotálamo.

Fatores hormonais
As hormonas da tiróide e a hormona responsável pelo crescimento ativam a retoma da atividade dos folículos pilosos. Os corticosteróides e as hormonas sexuais têm um efeito contrário, inibindo a atividade dos folículos. Em presença de uma taxa elevada de prolactina (hormona produzida pelas fêmeas durante o período de lactação) a pelagem permanece do tipo estival (pelos mais rasos).

Situações de stress
As situações de stress podem provocar uma passagem brusca de todos os folículos pilosos para a fase de repouso. A queda de pelo observa-se nos 2 a 3 meses posteriores ao acontecimento desencadeante (doença, anestesia, certos medicamentos), quando os folículos retomam a sua atividade.

A escolha de um alimento adequado, de elevada disgestibilidade, rico em nutrientes de alto valor biológico e adaptados à fase de vida do cão é a forma mais adequada de garantir uma excelente pelagem.

Fonte: Rodrigues, Luís Ferreira (1999), Cães & Companhia, n.º 30, novembro.

Sacos Anais & Doenças Associadas

No outro dia, o cão do vizinho andava a esfregar o ânus pelo chão de uma forma intensa, como se procurasse algum alívio. Este comportamento pode dever-se a inflamação dos sacos anais que pode afetar quer cães, quer gatos, de qualquer idade, raça ou sexo. 

Os sacos anais são duas estruturas situadas de cada lado do ânus, no interior do músculo esfíncter anal, tendo forma esférica e extensível. No interior são formados por pequenas células glandulares que segregam uma substância mal cheirosa (do ponto de vista humano) que se vai acumulando dentro do saco. Há um pequeno ducto que conduz essa substância para uma zona dentro do ânus, sendo geralmente expelida com as fezes.
Essa substância tem como função informar olfativamente outros indivíduos da mesma espécie acerca do sexo, idade, estado de espírito, altura do ciclo sexual.
Em circunstâncias normais, a atividade do músculo esfíncter anal, bem como a passagem das fezes é suficiente para expelir o conteúdo dos sacos anais.

Podem existir vários tipos de problemas associados a estes sacos. A saculite anal é uma infeção bacteriana que pode abranger apenas um ou ambos os sacos. Se houver acumulação de detritos celulares ou inflamação e edema dos ductos, a substância odorífica pode-se acumular em excesso e ficar demasiado espessa para poder sair. Este problema é mais comum em animais com fezes cronicamente moles, problemas gastrointestinais ou alérgicos.
Quando um saco anal fica totalmente cheio, duro e deixa de se esvaziar por completo, o risco de infeção aumenta, o que pode conduzir a um abcesso e formação de fístulas, situação dolorosa e difícil de tratar.

Nem todos os cães exibem sinais de que os sacos anais estão cheios e/ou inflamados, mas os sinais mais comuns incluem lamber excessivamente a zona anal, esfregar o ânus no solo e relutância em se sentar. Alguns cães mantém a cauda baixa e bem encostada ao ânus e podem sentir dor ao abanar e levantar a cauda. Mais raramente, alguns cães apresentam dificuldade em defecar. Pode-se observar que a zona perianal se encontra ruborizada e inchada.

Nestes casos deve-se consultar o médico veterinário, em vez de presumir que o animal precisa de ser desparasitado. A grande maioria das vezes não se trata de parasitas, mas de alguma patologia dos sacos anais.

No caso de rotura do saco anal e formação de fístula, o tratamento consiste na administração de um antibiótico via sistémica e tratamento local com pomada cicatrizante e anti-inflamatória. 
Em caso de problemas crónicos dos sacos anais, pode-se tentar primeiro administrar mais fibra à dieta normal do cão, a fim de aumentar o volume fecal, estimulando a expulsão do conteúdo dos sacos. No entanto, há casos crónicos que exigem a extração cirúrgica do saco anal, em caso de tumores ou obstrução total do ducto de saída.

De salientar que não se deve andar a espremer os sacos anais muitas vezes, pois pode causar irritação e conduzir a problemas futuros. Os sacos espremem-se apenas quando estão muito cheios. 

Fonte: Marques, Sofia (2000), Cães & Companhia, n.º 38, julho.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O que é o órgão vomeronasal?

O órgão vomeronasal (também designado por órgão de Jacobson) faz parte do sistema olfativo (secundário) de cães, gatos, cobras, ratos, elefantes, porcos, entre outros, e encontra-se localizado entre o nariz e a boca, apresentando uma abertura atrás dos dentes incisivos superiores.

Este órgão é constituído por células olfativas recetoras distintas da cavidade nasal que detetam certas substâncias químicas, geralmente moléculas em estado não volátil, permitindo assim tornar um estímulo olfativo mais intenso. 
Pode ser usado quando o animal quer analisar um cheiro em profundidade, nomeadamente quando machos não castrados reagem às feromonas de fêmeas em cio.

Alguns animais utilizam movimentos faciais distintos para conduzir os compostos químicos ao órgão vomeronasal. Quando, por exemplo, um felino cheira um objeto e fica parado com a boca ligeiramente aberta está, na realidade, a forçar o ar a passar por aquele órgão – é o chamado reflexo de Flehmen.

As cobras e lagartos utilizam o órgão vomeronasal para detetar a presença de presas no meio ambiente, através de movimentos repetidos da língua.
Os elefantes transferem estímulos químico-sensoriais para a abertura do órgão vomeronasal, no céu da sua boca, utilizando a ponta da tromba.


Fontes: https://www.facebook.com/hospitaldogato;

http://maxshouse.com/vomeronasal-flehmem.htm