sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Pelo meu mundo... Nova casa e Vet, ou vice-versa?

Saímos do canil e o meu novo humano John diz-me para entrar naquela máquina com rodas. Yes! Passeio!
E foi assim que fui adotado, após 3 meses a viver no canil da associação com os outros patudos. Alguns já vivem no canil há vários anos e anseiam o dia em que algum humano olhe para eles e os veja com olhos de ver, e os leve para casa. Merecemos todos tanto!

Quando chegamos à casa nova estavam à minha espera a menina e outra humana que a segurava ao colo. Assim que me viu, a menina olhou com muita atenção e alegria para mim, apontou e disse: "Pinóquio!"
*Ah, o meu nome era Pinóquio*
Antes de entrarmos na casa, que o meu focinho estava ansioso por explorar, o John diz que o melhor era irmos primeiro ao Veterinário para ter a certeza que estava tudo bem comigo.
*Quando estava no canil conheci uma vez o tal do Veterinário. Deu-me uma pica e não achei piada nenhuma ao encontro*
Entramos todos no veículo e, desta vez, o John colocou-me uma trela diferente que me prendia ao assento da parte detrás, a que ele chamou de "cinto de segurança para cães". Parece que é mais seguro usar essa coisa quando passeamos em cima de rodas.

Chegamos a um edifício que tinha umas letras grandes por cima da porta. Pelas janelas envidraçadas viam-se pessoas de batas brancas e azuis, a andar de um lado para o outro. O John disse que era o Hospital Veterinário onde tratavam muito bem de bichinhos como eu e onde havia muitos biscoitos saborosos.
Entramos e veio logo uma senhora de bata azul dar-me dois biscoitos *nham nham... engoli-os tão depressa que quase nem lhes senti o gosto. Mais?...* 

Pouco tempo depois chamaram o meu nome: "Pinóquio, ao gabinete de consultas externas".
Aí, comecei a sentir um friozinho na barriga e as minhas patas pareciam ter vontade própria e não se moviam nem por nada. Foi aqui que o John resolveu pegar em mim e levar-me ao colo para dentro do tal gabinete.

Lá dentro aguardava o Dr. Veterinário, de bata branca, ar sorridente e voz meiga, que afinal não era o mesmo do canil *Parece que afinal os veterinários são vários e estão espalhados pelo País* 
Pegaram em mim e colocaram-me em cima de uma mesa alta, cinzenta e fria, que escorregava um bocado.

O Dr. Vet apalpou-me por todos os lados, espreitou para dentro das minhas orelhas, abriu-me a boca e meteu a cabeça lá dentro, viu-me as patas e cortou-me as unhacas, enfiou-me um tubo fininho no traseiro... Ui! Olhou depois para o tal tubo com muita atenção e concluiu que eu estava bem de saúde, mas que tinha muitas pulgas e carraças.

O Dr. Vet pegou então numa pinça de metal e cuidadosamente tirou-me as carraças uma a uma, depois de colocar um algodão embebido num líquido em cima de cada uma delas. Uma, duas... dez... vinte e três... trinta e nove! *Tinha 39 daqueles seres sugadores agarrados a mim? Blhac!*
Recomendou ao John um produto específico para cães, que vem em pipetas, para acabar com as pulgas e evitar que apanhe outros parasitas externos. Perguntou ao John se tinha gatos e avisou-o que este produto é tóxico para os mesmos.

De seguida, apanhou-me distraído com a conversa e enfiou-me um raio de um comprimido pelas goelas abaixo. Parece que é para bicharocos internos, i.e. parasitas internos.
Pensava eu que já estava despachado e o Dr. Vet vira-se com uma seringa na mão! Espeta-me aquela coisa com cuidado e dá-me as tais das vacinas que me vão fazer forte para combater muitas doenças.
*Apesar do aspeto assustador, a pica nem me doeu quase nada, o Dr. Vet tinha jeito para a coisa*

No fim desta minha aventura hospitalar, o Dr. Vet elogiou-me muito, disse que me tinha portado muito bem e que tinha ficado muito quietinho *Tomara! Estava com tanto medo que mesmo que quisesse não me conseguiria mexer 1 milímetro!*

Deram-me mais dois biscoitos e três festinhas e fomos para casa!
*Aqueles biscoitos eram tão apetitosos que nem me importo muito de lá voltar um dia*

Finalmente, entro na minha casa nova e o John mostra-me a minha caminha nova e fofinha, os meus brinquedos novos, coloridos e divertidos (uma cenoura de borracha que apita quando a mordo, um boneco felpudo, uma bolinha e um osso de pele saboroso para eu roer à vontade). Fico também a saber onde estão a minha água e comida saborosa.

Nessa noite dormi um sono profundo e sonhei com os meus amigos patudos do canil. Estavamos todos a correr e a brincar num grande jardim, cheio de aromas variados e fascinantes. Que sonho bom!

(continua)

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